sábado, 31 de outubro de 2009

Ferida

Havia um garotinho que tinha mau gênio.
Seu pai lhe deu um saco cheio de pregos e lhe disse que cada vez que perdesse a paciência que batesse um prego na cerca dos fundos da casa.
No primeiro dia o garoto havia pregado 37 pregos na cerca. Porém, gradativamente o número foi decrescendo.
O garotinho descobriu que era mais fácil controlar seu gênio do que pregar pregos na cerca. Finalmente chegou o dia, no qual o garoto não perdeu mais o controle sobre o seu gênio.
Ele contou isto a seu pai, que lhe sugeriu que tirasse um prego da cerca por cada dia que ele fosse capaz de controlar seu gênio. Os dias foram passando até que finalmente o garoto pôde contar a seu pai que não haviam mais pregos a serem retirados.
O pai pegou o garoto pela mão e o levou até a cerca. Ele disse :
- Você fez bem garoto, mas dê uma olhada na cerca. A cerca nunca mais será a mesma.
Quando você diz coisas irado, elas deixam uma cicatriz como esta.
Você pode esfaquear um homem e retirar a faca em seguida, e não importando quantas vezes você diga que sente muito, a ferida continuará ali.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Violência

Vivemos tão preocupados com a violência nas cidades, roubos, assaltos, sequestros, etc etc etc. Esta violência, no entanto, não é tão comum quanto a violência verbal, a indiferença, a tortura psicológica, o desprezo. E para estes últimos tipos de violência tão comuns nas famílias, no trabalho, enfim, no nosso dia-a-dia,
não existe legislação eficaz. Cabe tão somente a cada um de nós a vontade de querer mudar e de não perpetuar este mal com a desculpa de que já fomos vítimas também.

domingo, 11 de outubro de 2009

Aquarela

Perto do dia da criança, eu me ponho lembrando de uma música linda da época do Balão Mágico. Acho ela um pouco triste também...Para mim, a aquarela não descolorirá!



Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo...

Corro o lápis em torno
Da mão e me dou uma luva
E se faço chover
Com dois riscos
Tenho um guarda-chuva...

Se um pinguinho de tinta
Cai num pedacinho
Azul do papel
Num instante imagino
Uma linda gaivota
A voar no céu...

Vai voando
Contornando a imensa
Curva Norte e Sul
Vou com ela
Viajando Havaí
Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela
Branco navegando
É tanto céu e mar
Num beijo azul...

Entre as nuvens
Vem surgindo um lindo
Avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo
Com suas luzes a piscar...

Basta imaginar e ele está
Partindo, sereno e lindo
Se a gente quiser
Ele vai pousar...

Numa folha qualquer
Eu desenho um navio
De partida
Com alguns bons amigos
Bebendo de bem com a vida...

De uma América a outra
Eu consigo passar num segundo
Giro um simples compasso
E num círculo eu faço o mundo...

Um menino caminha
E caminhando chega no muro
E ali logo em frente
A esperar pela gente
O futuro está...

E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença
Muda a nossa vida
E depois convida
A rir ou chorar...

Nessa estrada não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar
Vamos todos
Numa linda passarela
De uma aquarela
Que um dia enfim
Descolorirá...

Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
(Que descolorirá!)
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo
(Que descolorirá!)
Giro um simples compasso
Num círculo eu faço
O mundo
(Que descolorirá!)...